Com o crescimento acelerado do uso das tecnologias no dia a dia e seu impacto no aprendizado, novos métodos de ensino se fazem cada vez mais essenciais ao universo acadêmico. Alinhada às melhores práticas de universidades de todo o mundo, a Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos promove o I Seminário de Práticas Inovadoras no Ensino Superior, no dia 5 de junho, às 14h, no auditório FB-8 – Ala Frings do Edifício da Amizade. Na oportunidade, professores apresentarão experiências e resultados de sucesso no uso de tecnologias digitais de comunicação na sala de aula e fora dela. O Vice-reitor Acadêmico, professor José Ricardo Bergmann, e a coordenadora central de Educação a Distância (CCEAD), professora Gilda Helena B. de Campos, falam sobre a iniciativa.

É uma política da Universidade a adesão dos professores às novas abordagens de ensino com uso da tecnologia?

José Ricardo Bergmann: A Universidade entende que é importante estabelecer políticas que incentivem os professores a conhecer e a utilizar as novas tecnologias, descobrindo novas formas de se relacionar com seus alunos, dentro e fora de sala de aula. O uso das tecnologias de informação e comunicação é apenas um dos aspectos desenvolvidos, existem vários grupos pensando e trabalhando em novas metodologias de ensino. Com o seminário, gostaríamos de compartilhar experiências no uso das mídias digitais pelos professores, visando ampliar sua utilização e discutir novas abordagens. É importante mobilizar não só os professores, mas também os alunos de pós-graduação interessados em seguir a carreira acadêmica.

Como se apresenta a legislação em relação a este tema?

Gilda Helena de Campos: Existem diversos instrumentos e decretos ditando quais são possibilidades de mudanças nos métodos de ensino. O primeiro decreto-lei, de 2007, determina que todas as universidades presenciais podem utilizar 20% da carga horária do aluno na modalidade a distância. A outra questão são disciplinas totalmente a distância, como Introdução à Filosofia, Política I e O Humano e o Fenômeno Religioso, mas ainda há uma tendência atual, muito importante, que é o ensino híbrido. Ou seja, a aula não é totalmente a distância e nem totalmente presencial. É o chamado blended learning. Esse ensino híbrido incorpora várias práticas: o aluno lê o texto em casa e vai, por exemplo, para um debate na aula presencial, não é preciso que esteja em sala de aula o tempo todo, a partir do método utilizado pelo professor. Isso é uma questão importante porque respostas podem ser encontradas na internet, mas a forma de raciocinar, resolver problemas e selecionar informações em cima das questões é onde a participação do professor é importante. Esses debates, esse pluralismo de ideias e, muitas vezes, de métodos para se chegar aos resultados é que devem ser explorados em sala. Existe uma nova forma na qual se produz conhecimento. É preciso mostrar que a compreensão do que é a cognição vem mudando. Os nossos alunos têm que exercitar as funções cognitivas de maneira adequada, selecionar informações, descobrir o melhor método para resolver um problema, efetuar análises para tomadas de decisão. Essas funções é que devem ser cada vez mais exercitadas em sala de aula.

Como está o processo de adesão dos professores?

Bergmann: A adesão é gradativa. Uma das formas bastante utilizadas é o apoio ao presencial – não contabilizado nos 20% do ensino a distância – que é disponibilizar o material da disciplina na internet, com o intuito de prolongar a relação do professor com o aluno para além da sala de aula.

Gilda: A PUC vem investido há bastante tempo no Ambiente de Aprendizagem On-line. Estamos a par e passo com as melhores universidades do mundo, como Harvard e Stanford, oferecendo diferentes ferramentas para o professor: fóruns, videoconferências, blogs, produção de vídeos, entre muitas outras. Agora, o professor deve conhecer o que existe, seja para preparar sua aula, disponibilizar material ou discutir conceitos abordados, posteriormente.

A resposta dos alunos é positiva?

Gilda: As respostas dos alunos têm sido boas. No caso de Filosofia, que já está há sete anos sendo oferecida como disciplina a distância, mais de 72% dos alunos – que nunca tinham cursado uma disciplina a distância – disseram que o diálogo com os professores foi mais intenso do que em uma aula presencial. Por outro lado, como no ambiente de aprendizagem deve-se mostrar a frequência por meio dos comentários, o aluno precisa estar presente escutando e emitindo opinião através das diversas ferramentas disponíveis no ambiente de aprendizagem on-line.

Por: Marcelo Antonio Ferreira